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domingo, 9 de outubro de 2011

Fala Rápida

Sandra Merlo
Fonoaudióloga
Instituto Brasileiro de Fluência - IBF 



Fala rápida ou falar rápido são expressões populares para os distúrbios taquilalia e taquifemia. Esses distúrbios podem se confundir com a gagueira na medida em que o aumento da taxa de elocução (velocidade de fala) geralmente aumenta o número de hesitações/disfluências na fala, ocasionando a falsa impressão de gagueira.
A taquilalia e a taquifemia também estão codificadas na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) com os caracteres F98.6. Desta forma, são cientificamente consideradas distúrbios ou transtornos de fluência.

Taquilalia

A taquilalia é caracterizada por uma taxa de articulação (velocidade de fala) elevada, suficientemente intensa para prejudicar a inteligibilidade da mensagem. Não ocorre aumento significativo no número de hesitações/disfluências comuns ou gaguejadas. Também não estão presentes outras alterações de linguagem, como dificuldades sintáticas ou dificuldades com macroestruturas textuais (discurso confuso).

Taquifemia

Assim como a taquilalia, a taquifemia é caracterizada por uma taxa de articulação (velocidade de fala) elevada, suficientemente intensa para prejudicar a inteligibilidade da mensagem. Entretanto, dois outros sintomas também são obrigatórios para o diagnóstico de taquifemia: aumento significativo no número de hesitações/disfluências comuns e pouca consciência do distúrbio de fluência. Apesar de não serem sintomas obrigatórios, costumam estar presentes na taquifemia:
- História familial para distúrbio de fluência ou de linguagem
- Distúrbio fonológico (troca de letras na fala e/ou na escrita)
- Dificuldades de acesso lexical (dificuldade para encontrar as palavras)
- Dificuldades sintáticas
- Dificuldades com macroestruturas textuais (discurso confuso)
- Dificuldades de leitura e escrita
- Retardo no desenvolvimento de linguagem
- Retardo no desenvolvimento motor
- Desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade.

Referências bibliográficas:
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. (2003). Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Volume 1. 10ª revisão. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.
ST. LOUIS, Kenneth O. & MYERS, Florence L. (1997). Management of cluttering and related fluency disorders. In: Curlee, Richard F. & Siegel, Gerald M. (eds). Nature and Treatment of Stuttering: New Directions. 2nd ed. Boston: Allyn and Bacon. p. 313-332.

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