Autora: Cláudia Pietrobon
A criança traz consigo a capacidade extraordinária de se comunicar através da palavra falada. O recém-nascido entra em contato com o mundo sonoro e vai desenvolvendo a capacidade de falar. As primeiras palavras são recebidas pelo adulto com muita alegria e, na tentativa de fazer a criança repeti-la, pelo mero prazer de escutá-la, acaba fazendo de cada nova palavra um espetáculo da repetição.
As palavras isoladas vão se desenvolvendo e se associando a outras, resultando em pequenas expressões e, depois, em frases. São passos importantes para a criança exprimir seus desejos e encontrar liberdade na expressão de se comunicar.
Aos dois anos de idade, as frases simples já estão completas e, através do universo linguístico, o contato da criança com o adulto se estreita ainda mais, possibilitando o diálogo fluente entre os dois.
O aparecimento da gagueira
Muitas pessoas ficam curiosas para saber porque algumas crianças conseguem falar fluentemente e outras não. Não sabemos quais são as causas da gagueira, mas podemos dizer que, quanto mais cedo a família procurar o tratamento adequado, melhores serão os resultados.
Algumas crianças hesitam em falar, quando estão iniciando o diálogo por frases mais longas. É natural que os pais fiquem ansiosos e tentem ajudá-la a falar mais rápido, a respirar profundamente, pedindo para fazer pausas e outros tipos de conselhos, julgando ser o melhor para seus filhos.
Que tipo de ajuda os pais devem procurar?
Caso os pais observem quaisquer alterações na fala dos seus filhos, poderá procurar diretamente um profissional Fonoaudiólogo.
Devido o médico pediatra ser o primeiro profissional a ter contato direto com a criança desde o nascimento e por toda sua infância, poderá orientar os pais a procurarem um fonoaudiólogo, porem não é necessário o encaminhamento do médico para que os pais busquem auxilio fonoaudiológico. É o Fonoaudiólogo quem vai avaliar a comunicação e estabelecer um plano de terapia adequado. Caso a criança seja muito pequena, são os pais que devem receber a orientação deste profissional especializado e, assim, efetuar mudanças no comportamento verbal que possibilitem a melhoria das condições da fala.
Se deixarem o tempo passar, pronto! O que era simples, poderá se transformar em gagueira, propriamente dita. Uma vez instalada, a gagueira tende a se auto perpetuar e a se agravar com o passar do tempo.
DICAS QUE PODEM AUXILIAR OS PAIS:
• Observar atentamente a mudança no ritmo da fala da criança.
• Ao verificar qualquer hesitação, evite interromper a fala e tente encorajar a criança.
• Falar devagar e com voz tranqüila ajuda a diminuir a ansiedade.
Uma vez instalada, a gagueira tende a se auto perpetuar e a se agravar com o tempo. Começa então a mudança do comportamento verbal da pessoa. As repetições, que até então eram simples, podem tornar-se crescentes e complexas, chegando mesmo a bloqueios verbais, sem evidência de sons, mas com alto grau de tensão. Alguns sinais físicos e psicológicos tornam-se evidentes.
Aspectos físicos da gagueira
Aos aspectos físicos estão envolvidas várias partes do corpo. Sinais de tensão ficam muito evidentes, tornando a gagueira uma “teia” de complexidade tal, que a pessoa começa a criar movimentos corporais secundários, tais como: tensão nos lábios, na língua, nos olhos, suor excessivo nas mãos, no rosto, enfim, o corpo da pessoa que gagueja apresenta-se, de maneira geral, muito tenso.
Algumas pessoas gaguejam enquanto estão conversando, mas não o fazem em leitura em voz alta. Outras, gaguejam falando ou lendo.
Observa-se que, geralmente, a pessoa gagueja mais no princípio de uma palavra e no início de uma conversa. Muitas vezes, a pessoa sabe quais as palavras que são realmente incapazes de pronunciar e tentam substitui-las por outras mais fáceis para ela. Além do fato em si, o de gaguejar, a pessoa apresenta reações psicológicas que o acompanham.
Aspectos psicológicos da gagueira
Não encontramos em momento algum duas gagueiras exatamente iguais. Cada pessoa que gagueja tem um modo próprio de lidar com sua gagueira, que varia de acordo com as situações. E, de acordo com a ocasião, fatores psicológicos podem agravá-la ou abrandá-la. É importante que a pessoa aprenda a lidar com essa flutuação e junto com seu fonoaudiólogo, analisar que fatores podem estar interferindo no seu comportamento verbal.
Em certos casos, as pessoas têm conhecimento das situações que apresentam maior ou menor grau de dificuldade. Os graus variam de acordo com cada pessoa, embora tenham algumas situações constrangedoras bastante comuns entre elas: falar ao telefone, fazer compras, ler para os outros, por exemplo.
O temor para falar pode tomar conta da pessoa e quando ela observa que está gaguejando muito em uma palavra ou mais, ou mesmo em um som, começa a acreditar que jamais conseguirá dizê-los. Esse é um dos casos em que a terapia fonoaudiológica associada à psicoterapia poderão obter melhores resultados.
As atitudes em relação à gagueira também variam muito. Para umas pessoas, falar em família pode ser mais fácil do que para outras. Com amigos, em geral, se sentem mais à vontade. As maiores dificuldades estão nas atitudes diante de estranhos, de autoridades, no convívio social.
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