A estimulação precoce é um atendimento especializado direcionado a bebês e crianças de 0 a 3 anos com risco ou atraso no desenvolvimento global (prematuros de risco, síndromes genéticas, deficiências, paralisia cerebral e outras) e a suas famílias, atuando na prevenção de problemas do desenvolvimento global. Este atendimento é de fundamental importância, pois possibilita dar suporte ao bebê no seu processo inicial de intercâmbio com o meio, considerando os aspectos motores, cognitivos, psíquicos e sociais de seu desenvolvimento, bem como auxiliar seus pais no exercício das funções parentais, fortalecendo os vínculos familiares.
Esta modalidade de atendimento se baseia sobretudo no trabalho interdisciplinar. Pensamos que a intervenção clínica com um bebê deverá estar centrada em um terapeuta de referência especializado em estimulação precoce, apoiado por uma equipe interdisciplinar, que através da interação com a criança e com a família possibilitará um desenvolvimento saudável da tríade pais-bebê.
O tratamento de estimulação precoce é possível devido a grande plasticidade neuronal nos primeiros três anos de vida. Ele modifica todo o curso do desenvolvimento do indivíduo, formando as bases para um desenvolvimento harmônico. No caso da Síndrome de Down, por causa da deficiência intelectual, o trabalho do terapeuta nestas equipes é de grande importância, pois a estimulação cognitiva deve começar tão cedo quanto a motora e o trabalho sobre os vínculos pais-bebê também nos dão um bom prognóstico do desenvolvimento do sujeito.
Nos trabalhos de estimulação precoce, dê preferência aos que os profissionais trabalhem de maneira conjunta com o bebê ou criança e nunca deixe o seu filho apenas sobre a “responsabilidade” de uma só área do conhecimento, pois os terapeutas como todos nós têm pontos cegos e tendem a privilegiar a sua área em detrimento das outras, vendo o bebê ou criança, dentro de um recorte referente a sua área de conhecimento. É muito importante também que os pais participem deste processo. Existem várias maneiras de trazer os pais para a terapia do bebê, mesmo quando a rotina de trabalho deixa-lhes o tempo mais restrito. A participação dos pais é fundamental não apenas em função das orientações que costumam receber dos terapeutas, mas também para que se possam observar os padrões interativos entre eles e o bebê/criança.
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